"Vemos o mesmo 'filme' na mesma frequência.
O mesmo 'filme' em telas translúcidas, separadas.
E, em dueto, com palavras diferentes, resumimos
o mesmo fato. Mas já não somos nós que falamos!
São nossos outros eus como luzes transpassando a tela.
São nossos pensares etéreos, fugidios, que se
procuram em busca duma realidade oculta,
inexplicável.
Na tela ficam só nossas imagens...
EUS QUE SE ENCONTRAM
Quisera, ó bela, possuir os teus dons
Energéticos, cósmicos tal telepatia
E em poesia alegrar-me dos teus sons
Pra minh'alma aflita que em ti procura
Num fantasiar telúrico - tua cândura!
E se já tens minha imagem projetada
Na tela invisível da composição
Bipartida na antimatéria desse pensar,
Quiçá nos encontremos em comunhão
Longe dos tentáculos do vil sonhar!
E se teu corpo aí falas por ti, me vês
E interpretas meu interior com euforia,
Por que morrer se a distância se desfez
No lume de nossas almas em sintonia?
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