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Labirinto.

                                                       (poema de minha mocidade, 1976)



Minha ascese
inconformada e franca
é uma ave espectral na fala
de sabê-la branca
de saber quem a espanta
deixando-me o error
do lá que me encanta.

Meu crescer
o desencanto dum 'não'
à luta que o sofrer faz jus
sem uma estádia, uma nação
onde o estoicismo
mostre-me a luz
do escuro presente da visão
dando-me as lágrimas
que o homem produz.

No vazio do dia
procuro o quê deste labirinto
onde inerme faço eufemias
pelos fracassos que não mais sinto
pelas verdades, suas fantasias
que entendo e a mim não minto
nem temo serem minhas palavras
fúteras elegias.

Minha ignava força!
pro futuro acenar
quando à luz da razão
infiro impassível
desiludindo-me que neste orco
todos querem estar
já que o prazer é possível
na vida qual uma estrada
abissal encruzilhada
 do sonho bom
da carne perecível!


***