De dentro d'alma aflita
Fogo que o dia incinera;
Mas ali, ainda,
Na boca da noite escura,
Resta-lhe um palito de fósforo;
Sua única luz possível
Em segundos
Mostrou-lhe à realidade;
Achou a trilha
Da vida passageira,
E recuou;
Introspectivo quis apagar
Suas paredes memoriais
Grafitadas de cinza chumbo
E uma palavra em rubro:
"MORRA"
Seu último querer
Como se não mais fosse!
Já não veja nada!
Apague-se teu ideário!
MORRA!
E até teu último fôlego
Fique em tua retina!
Veja a fogueira
Num lindo dia ensolarado
Sobre o chão tátil,
Veja a parafina das velas
Derretidas sem pavios;
Ouça, pela última vez,
Os acordes do réquiem;
Não há mais dia e noite,
Nem cor nem espírito,
Só mãos irriquietas
Vagando no espaço
Com um punhado
De palitos queimados.
***
REHGGE
13.254.136-1