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direção.






Falo do que sei.
Falo do que sinto.
Minha vida é um labirinto
de sinais sagitais
em vaivém

Esquerda, direita.
Pra frente, pra trás.

Estou preso
no desejo contumaz
de a solução ser-me segredista
no mal necessário
que faz-me planar
ao centro de mim mesmo
e dizer:

Falo do que sei.
Falo do que sinto.

Não permita ó vida
meus passos brecar
sem encontrar
o rumo correto a tomar
pra me sentir

o nauta solitário no ultramar,
o alazão a galopar nas planícies,
a águia nos rochedos.
(todos assexuados)

Aí saberei
da distância,
da liberdade,
do olhar,
do visgo que une macho e fêmea,
que une os porquês.

Falo do que sei.
Falo do que sinto.
Mocidade já se foi.
Velhice me vem.
Enígma.
Sonhos possíveis.
respostas irreais,
Labirintos reais,
respostas impossíveis...

Se nesta hora
falo do que não sei,
falo do que pressinto.

Minha cabeça, minha sentença.
Escondo meu instinto.

Falo do amor.
Falo da estranheza amorosa.

Lá fora celebram os pecados.
Cá dentro, peco
a um triz de achar uma saída.




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