OÁSIS
despertarei
da crepuscular
antevisão das manhãs
com novo lema,
crestarei colmeias
frutos da terra,
beijarei flores
em suspiros polinizados
e passos levitantes
assim saberei
que a delicada dádiva
gera o jardim
cores da natureza,
com meu alforje
e a tez do lindo dia
verei paraísos bucólicos
imersos na vã filosofia;
não olharei pra trás
a espreitar o olhar vigil
opositor
à fuga doravante
no deserto de trilhas sinuosas
destino de risco
sem nada além,
se faço esperanças mortas
estrelas cadentes reais
fogosas,
e no oásis
que nem sei se existe
descansarei
admirando o sol poente
e
após o sono
após o sono
por si só nascente
a novos rumos,
beberei da água vertente
à sombra fugidia que sigo
a despertar-me do presente
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