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cada louco com sua loucura.




e se um estranho me parasse na rua e me perguntasse: -- quem é você?
eu teria que pensar muito a respeito, mas daria a seguinte resposta: --
sou um cidadão comum que escreve porque gosta, andarilho, sem brilho,
que tem visões de anjos turbinados em noites escuras e que, quando penso,
deitado no silêncio de mim mesmo, vejo mil faces disformes como premonições
de quem espero, um dia, estar frente a frente para dizer que já as conheço.
loucura? longe disso, são apenas visões de quem quer fugir do orco em vida
e, simplesmente, creio,  sempre há um anteparo a barrar minhas incursões ao
desconhecido e indizível. sei que o entrevistador ficará perplexo, mas,
se se pensar na normalidade de cada ser único, qualquer um pode ver que
a nossa passagem é sem nexo. procuro viver a vida como ela é, e não culpo-me
pela minha indiferença ao modo de vida de pessoas tão iguais.


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