à espera do que sem espera me vem
(título provisório)
quem virá me dizer
do bálsamo que induz a vida
pra na finda estrada sorrir
de todo tempo ao relento
de minha vivência
em cada chegada
em cada partir
de todo tempo ao relento
de minha vivência
em cada chegada
em cada partir
se tanto sofri
vigiando cada primavera
vigiando cada primavera
em que solitário
tentei e tentei renascer
ora manso
ora fera
ora manso
ora fera
quem me dará o guia
por que se instruem as faces felizes
em reprises
tais relembranças
que voltarão desiguais
se o que me muda
são os dias iguais
de uma espera
como nódoa hospedeira
do que penso e digo
no castigo
que já não posso suportar
se um ombro amigo
e só um ombro amigo
me dirá segredista
me dará a chave da conquista
de portas que abrirei
se já não sei
se este fugaz ânimo
é o oxigênio que me faz prosseguir
sem mais nem porquê
apenas no aguardo de quem virá
pra me dizer
o que preciso saber
sobre o que resta em mim
tão fragilizado
tão sem sentido
tão pouco pra dividir
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