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HÁLUX





"pés e mãos
3 falanges
menos no dedão
de duas "



não me cata a falange nascida
no dedo em riste dum cabeça
difiro dele numa cuspida
no chão gentil
na armadura espessa
ou nas luvas da desfaçatez

core agora
se tu não vês
no púlpito da estupidez
dois pés lelés
coleando na embriaguez
a rés de seu ãngulo visual
o primórdio de meu não
ao invés
dum cordeiro fixado
em gentes tão iguais
globais
dizendo sim a insensatez
na manobra das palavras
enfáticas
que se irmanam
em congregações de vícios
sob os auspícios
do orador ao microfone

ó morfética ladainha
minha amásia
quer ver a banda tocar
a banda da bunda
de um cu fedorento
de músicos descalços
(fotocópias seriais)
anunciando
cadeira elétrica ao profeta
continuador do velho testamento
com poemas a serem editados
daqui a mil anos...


ó morfética mulher submissa
vais a missa hoje
ainda com seu traje
neo-woodstock
me dá um toque
me deixa um trocado
sou um ex-combatente
perdi os dentes
comendo os fiapos de carne dos ossos
de nossa sociedade alternativa
lembra?

ah, no caminho fume um baseado
basei-se nas frustrações
dos nossos tempos ditatoriais
ademais
pode levar meus sapatos
minhas pulseiras de cobre
e madrepérolas
mostre-as ao capitalismo
de todos os nichos
o quão éramos livres

que se foda o mundo!
tenho só 4 dedos em cada pé
perdi os dedões em apostas
tipo roleta russa
em saraus de loucura
onde os diferentes
ficavam carecas
roiam as unhas
com um "ch"
(comunidade hálux)
um V nos dedos
do paz e amor impossível

vá morfética!
volte morfética!
na nossa ética
só nos resta se foder
sem foder os outros
os caretas
que só têm liberdade
com grana no bolso

vamos fugir
morrer abraçados
a um violão de antigas canções
cafonas
a envelhecerem conosco





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