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MANIFESTO MULTICULTURAL EM REPÚDIO À MINHA INEXPRESSÃO DE HOJE.




MANIFESTO MULTICULTURAL
EM REPÚDIO À MINHA INEXPRESSÃO
DE HOJE.




Tantos e tantos poetas espalhados pelo globo.
Uns, ali no Oriente. Outros, ali no Ocidente.
Sei lá, nas três Américas...
Uns, na Europa. Outros, na África esquecida.
Até na Oceania tem poetas menores, maiores.
Poetas de várias classes sociais em seu país, em seu
estado, cidade, província, vila, etc.
Poetas aqui do meu bairro ou de um bairro
a milhares de quilômetros.
Poetas marginais e marginalizados, famosos e
simples desconhecidos, sim, aqueles que só
rabiscam seus estados d'alma em papeizinhos
de caderno, de pão; aqueles que ainda não têm
acesso a ferramentas de comunicação modernas e,
em seus devidos idiomas, talvez, neste minuto,
estejam mandando mensagens a quem interessar
possa, isso é, caso não façam uma bolinha de papel
e joguem no cesto de lixo. Quem se importa?

Estou aqui digitando com tanta facilidade que
poderia escrever dia e noite sem parar. E daí?
Será que escreveria algo de proveitoso, algo que
satisfaria meu ego?... a ponto de sentir-me
o maior poeta do mundo num só texto?... quem
sabe? Quem sabe se alguém, em qualquer lugar,
leia e diga: "Puxa, no Brasil tem gente que escreve
bem", ou diga: "Esse cara de Portugal é ótimo".
Penso e digo a mim mesmo: "Como é bom ter um
computador".

Na verdade, creio e posso estar errado, o poeta, escritor,
quando escreve não tem pátria, não tem bairrismo nem
classe social e, mesmo alienado, torna-se um cidadão
do mundo, um expoente a transferir para o papel, tela,
minimundo que o rodeia. Lógico que aí entram vários
aspectos culturais, sociais e características individuais.

Mas, como desde cedo atrevi-me a escrever, creio
que o 'dom', à necessidade de por pra fora - de se tornar
real meus pensamentos, de outros, pra não causar até
um enfarto - é inato em todos, imutável. É um dom
que às vezes tento esquecê-lo, deixá-lo descansando,
sei lá, numa parte do cérebro e, mesmo lutando contra,
observar, absorver novas informações para novos textos.

É dura a vida de poeta. Parece fácil, mas não é.
Viver dividido entre dois mundos num mundo
que a razão desconhece. Viver as recordações.
Viver a vida dos outros sem dela participar.
Viver criando fantasias e paraísos. Viver à
procura de soluções sendo alegre e triste dentro da
tragicomédia com a sensatez, por que não? -
virtual... que nem sempre regamos.

Como é dura a vida de poeta.
Sentei-me para escrever um poema. Não consegui.
Nem tentei forçar. Saiu este texto, assim, do nada!
Estou realizado. Quem sabe amanhã, semana que vem...
meu ecletismo se aflore.

A todos os poetas, escritores de plantão - que
nesta manhã conseguiram rabiscar uns versos,
cidadãos do mundo em qualquer língua e demais
simpatizantes - tenham um ótimo dia!...
e uma pontinha de inveja já que a inspiração...
onde ela está mesmo?



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