numa miragem
vi a topografia do paraíso
que outrora eu queria
que outrora eu queria
desatento ao que seria
o desencanto
que ingênuo eu não via
de tudo aquilo que eu sentia
fiquei apenas
com a visão menina
com a visão menina
fugidia
que desde então
até agora
saber que regressar
àquele lugar
eu jamais poderia
sem nexo nem regresso
saber que regressar
àquele lugar
eu jamais poderia
sem nexo nem regresso
como é duro perder
a pueril sensibilidade
do sonho estacionado
no rascunho de um dia
já tão distante
se doravante
meu verbo viver
é o pretérito mais que perfeito
vindo
mais uma vez
numa hora vazia
numa hora vazia
***