telúrico.
a fruteira sobre a toalha da mesa
pintada de mar em escarcéu
lá fora o céu de brigadeiro
onde anjos invisíveis
deixam-se levar ao vento
de suas moradas
o silente mirar à praia
a voz de dentro pra fora
embargada de soledade
no alto da escarpa
onde a mansidão o isola
na companhia do cão definhado
à espera indesejosa da única certeza,
prova uma das frutas
o fruto da vida
sorri à perfeita máquina genética
sente-se iluminado
pela sua passagem
a consagrar a efêmera existência
a turbulência natural
louco pra aprender a levitar
sobre a solidez,
a pequenez do oceano
menor que seu findo desejo
de levar consigo a visão
das ondas bravias
a atacarem pedras diamantadas
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