estação de vida, toque de vento sentir,
folhas secas à terra, natureza despida
esperando os brotos como meu ressurgir
de fé e incerteza de repente jazida
sejamos prósperos e façamos preces
verídicas contornando os sete mares,
para os pobres colherem em suas messes
grãos ao mundo, corpos sãos nos lares
esperança, ilusão que ingênuo quis
acorrentar-me anos-luz deste presente,
que eu morra feliz preso a vital corrente
imaginária tal muralha que desfiz
"esperança às vezes fugidia
vem e vai, se recria
invisível na candura
de tê-la distante, gloriosa, futura."
esperança lumiar
lumiou dentro de mim
final que minha vida anseia, espera
minha certeza antes da cova profunda
faz-me vencedor que alegria gera
brado vitorioso à vilã que circunda
grande terra, capitães de cem, de mil
desarmados, sem violência febril...
canção, paz, céu de brigadeiro...
jaz a tempestade no imo do mundo inteiro
amigos, se desviem, limpem seus caminhos
sujos pelas serpentes, seus ninhos,
não viram a lâmpada clareando o ideal
de igualdade plena, vitória final
"esperança, a gente nela se fia
vem e vai, se recria,
cicatriza a ferida
até o último sopro de vida."
esperança lumiar
lumiou dentro de mim
(scsul - 1996)
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