(sonetos de minha mocidade, 1984)
"Longe da cidade, no anoitecer, observo o seu clarão.
Solto o pensamento na corrente dum rio. Busco
Solto o pensamento na corrente dum rio. Busco
uma resposta para preencher o meu vazio."
Busco esperança na beira que descanso
Neste dia manso numa prece poderosa
A porta saudosa dum rio celeste na visão
Na tensão de ir-me em sua calma fogosa
Presságio espectral à solidão amplia
Na atonia duma face o todo mundial
Sem fuga mental e crença na agerasia
Que renascer traria à espera duma nau
O que é a água andar - pra viajar tê-la
Se e'meu outrar, longe, ela finda algures
E no âmago no negror duma estrela?
Se foi à resposta - revém à realidade
Inda na cidade rebrilha a constelação
Impura no chão - avesso desta verdade
******
Neste dia manso numa prece poderosa
A porta saudosa dum rio celeste na visão
Na tensão de ir-me em sua calma fogosa
Presságio espectral à solidão amplia
Na atonia duma face o todo mundial
Sem fuga mental e crença na agerasia
Que renascer traria à espera duma nau
O que é a água andar - pra viajar tê-la
Se e'meu outrar, longe, ela finda algures
E no âmago no negror duma estrela?
Se foi à resposta - revém à realidade
Inda na cidade rebrilha a constelação
Impura no chão - avesso desta verdade
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