(um poema de minha juventude, entre 1978/80)
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"negócio de amor...
trato inescrito sem prazo"
por amor
me levanto me arraso
tantas vezes
&
outras mais
&
outras mais
sem querer
enfeitiçado/aluado
por tantas lindezas tipificadas
mas desiguais
&
com qualquer uma delas
até sem amor
inesperadamente me caso
Será que por amor
naquele flerte diferente
quando se está carente
&
a cabeça pede um estio
a cabeça pede um estio
alguém pinta de repente
pra preencher o vazio
na troca dum olhar
que diz que o amor surgiu
&
apesar do descaso
a lacuna que falta
aparece por acaso
Será que assim a fim
o medo fundo torna-se raso
se dois corpos unem-se
&
por mero acaso
por mero acaso
o sorriso volta
torna-se razão de ser
Será que foi por acaso
que moldamos nossas vidas
sem a gente perceber
sem a gente perceber
cientes de que neste caso
num caso nosso amor se transformou
Por que dos porquês...?
o que nos restou?
o que nos restou?
por acaso alguém sabe
do que invade
os nortes da sensatez?...
só o olhar, talvez...
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