preciso escrever
o serviçal
sempre atrasado
não me vem com a caneta e o papel
não vê que estou sentado
olhando pra cima!
seguro o poema pelo rabo
pois o poema tem corpo
logo vira alma
se escapa ninguém vê
dizem
por aí
que o poema quando morre
vai morar no céu
ora!
meus poemas!
deixem minh'alma em paz!
o céu é infinito pra vocês reinarem!
com um teco de pedra
escrevo na calçada:
'poesia
tu que não me pertence
és alma fugidia
que agarro
que amo
como razão de vida
certo que jamais serás minha
vá em paz
vá'
***
vá em paz
vá'
***