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flor Maria.


és flor, Maria
sedutora 
de gestos gráceis

tua leveza e beleza 
concebe
livre ao vento
se adentro
o labirinto de teus beijos

és bailarina ocasional
num palco além dos olhos

um portal sem igual
faz-me viajar 
nos teus movimentos



és flor única
és o som das águas
em duo com o passaredo
e
 sonhos vivenciais
rompem as léguas da distância
após tanta errância
sinto tua fragrância
vejo tua cor
escuto teu silêncio

és  flor, Maria
Maria flor

quem me dera tocar-te
neste desejo fremente
tornar-me puro
 por um segundo
 pra ter a sensibilidade
do teu amor


***






margaridas



só, ela colhia margaridas
saia pulando trilha afora
em cada flor um pedido
no altar de Nossa Senhora

o rapaz lhe deu uma flor
a do sonho de  outrora
virou um caso de amor
a menina virou senhora

hoje revivem pela janela
o visgo da atração juvenil
é por isso que a vida é bela
a flor branca e amarela os uniu

há canteiros no quintal
um banco de madeira, uma viola
a vida segue o rumo  original
cada dia é o primeiro  na escola

***
















o maestro.


vazam sinfonias de teus olhos
a mansidão no  céu se espraia

vazam memórias de tua boca
corações viram água à  fornalha

sólidos os encantos de tuas mãos
moldam num átimo  o paraíso

vasculhas mentes boas/indecentes
no afã desde sempre embrionário

moldas cenários à lida pertinentes
desenturvas os caminhos ocultos

reges de energia sem pseudo-alegoria
o coro de múltiplas evoluções

o micro-organismo não se contrai
da célula ao universo e o inverso

tua batuta magnética plasmou o todo
e os inquilinos detraem-se a achá-lo
ensurdecidos à canção da solidez vital

****






a dança das borboletas.



ruge velha a fera
de sentir indolor
que se torna verso
realça a cor
das palavras
'refém de teu amor'

rouge são os lábios 
sedutores
impuros
que calam a fera

ruge minha libido
na tal atmosfera

bailam borboletas
salto noutra dimensão
colado em ti
(sinto teu sexo em pleno voo)

meus orgasmos
fecundam
a arte de te amar
quando no cio
acordas minha trans(ins)piração

mas
(por ironia do destino)
me deixas
ferido
quando partes
em busca doutra ilusão

ruge velha a fera
de sentir indolor

 o tesão que sinto 
vira poesia
realça a cor
das palavras
'refém de teu amor'

 dançam as borboletas
nos jardins que invento
(afora a mitológica quimera)
ansioso de teu regresso
dançam empós de toda primavera




***