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a oeste de onde estou
vislumbro virginais campinas
que nem satélite espiou
e já meu corpo héctico
se contradiz a meu hígido pensar
será tudo o oeste que me sobrou
ou mais um escapismo a me ufanar?
e nos fundos daquele lugar
de cristais heterônomos
em fileiras cantam gnomos
sensíveis à luz do luar
a oeste de onde estou
nos alcantis entranhados
de súbitos pensares
gemidos desesperados
me saem em expectação
zabumba meu coração
a oeste de onde estou
mapeio onde quero morrer
num planisfério invisível
de incorpóreo renascer
de incorpóreo renascer
a oeste de onde estou
luz aureolar e miragem
à redoma
crepúsculo de sintoma
descanso de deuses
a me inspirar...
se já levito entre nuvens
brancas pigmentadas de azul
vendo a vida que vivi
morrendo estou para viver
a oeste de onde estou.
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