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futilidades da vida.









Se sou um pensador,
quem sabe eu me veja,
um dia,
pulando e contando ondas
em ordem crescente,
temendo a maré alta
até me cansar.

Quem sabe eu me veja,
no outro dia,
pulando e contando ondas
em ordem decrescente
do total anterior.
Se sou um pensador,
vou empatar o jogo
que faço comigo mesmo.

Por quê?...
Que graça tem
contar até cem
e retornar ao zero?
Qual o propósito?
Se sou um pensador,
respondo:
Se isso é uma futilidade,
que outra futilidade tem o tempo
senão
ser-me fútil uma brincadeirinha?...

Se quando pulo e conto ondas
erro a contagem
e recomeço,
e, sem ter de explicar meu erro,
rio de mim mesmo...?

Se sou um pensador
que vislumbra no mar imenso
meu pensamento,
por que não brincar
de pular e contar ondas
assim, sem sentido
tão infantil quanto
numa atitude lelé,
se outros, por aí,
se esquecem que o tempero da vida
são os instantes sós,
as idiotices em grupo
que contam nossas futilidades.

E se ponho tudo no 'se',
no condicional,


não será a vida assim?

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