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Desgraça.




(pensamentos de minha mocidade)



A esta hora você me aparece? Perdido e sem porquê vou
à luta buscar na distância uma pergunta sem resposta. Nesta
busca meus passos são grandiosos e frágeis demais pra achá-la...
é como andar estacionado, preso a meu interior consumindo
meus grandes dias.

A esta hora que um amigo -- o melhor! -- é aquele que ainda vou
conhecer... e os que tenho são como a bela flor: por mais que eu a
regue, ela perde a beleza, o encanto, murcha e morre... assim são
milhões esquecendo a lágrima do mais justo esforço quando seus
jardins secam.

A esta hora?... justo agora? que em mim a paz pairava você chega,
mostrando-me a mesma estrada na qual amiúde me perdi, e fiz de cada
lugar o meu lugar, e compreendi os homens, seus desejos, e chorei com
eles suas flores mortas... e a compreensão deles está no por que as
pétalas caem...

Não basta minha fé. Não basta minha coragem e tantos estudos pelo
futuro, porque de tempos em tempos você vem destruir-me... e na vida
sempre serei um aluno à procura de um jardim onde as flores estão por
se desabrochar, ou talvez, um aluno à procura de muitos jardins e uma
única flor. Mas se forem muitos jardins e muitas flores meu destino,
quem sabe, em outra hora, milhões esforcem-se de novo, esqueçam
toda diferença e ira costumeiras... e que as pétalas caiam, pois estarão
cultivando a mesma flor, o pós-clímax de sua beleza, não um estado
da alma.


(8/79 - jdi)





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