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no interlúdio absorto de dois pensares, escrevo que...

 no interlúdio absorto de dois pensares, escrevo que...


    1-
a mesquinhez em forma de deboche
procura comandar.
estou na fila dos desiludidos
ou excluídos desta mesmice praticável.
talvez lá na frente haja um canto sensível
 - diferente,
pragmático -
onde se respeite a individualidade
concernente a cada ser singular, e
a distopia seja a reação química/mental
para que seus resíduos sejam apenas
os fertilizantes de uma nova concepção.
estou certo que a banalidade se aflora
no comodismo imbecil do homem-só,
 o seguidor da maré de caminhos prontos
que o mecanismo grupal lhe oferece.
a forma de agir e pensar  por imitação 
é a veracidade travestida de ato consciente.
todos somos passíveis de falhas. 
a evolução intelectual é factível, mas a
evolução física domina. 
vivemos de aparências... por quê!?
porque raramente externamos aquilo que somos.
tudo é maquiagem, palavras são maquiagens!
a prisão perpétua do EU é controlada
pela prisão criada  da visão concreta do exterior, ou seja,
toda ação é pura imitação.

 

como disse Pablo Neruda numa passagem de seu livro de memórias:
'sou um apaixonado pelo mar, mas navego em terra.'

***



2-

a vida é uma ilusão tão verdadeira
e, em nossa dualidade,
precisamos apenas interpretar
o signo de cada situação no
caminho sagital de dois cursos.
a vida é ilusão pura, 
posto que,
primeiro se pensa,
depois se concretiza
a ação.
a vida é vivida
no entremeio de duas situações, ou seja,
nascer e morrer. 
a própria ilusão também ascende
          a vários vértices que nunca são decodificados e,

                             quando são, passam desnotados pela razão. 

cada um cria o próprio mundo real
dentro dos tentáculos vitais 
à partir da própria imaginação.

***




"lá, onde minha vista se acalma
já não há mais o corpo
dentro de mim 
palpita uma alma"









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