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desabjeto ao desobjeto, talvez eu seja.


Ao poeta cabe:

- interagir com gente potencializada ao abandono

 - otimizar a beleza a seu modo onn e off

- retocar e aliviar o desmundo

- ter o criançamento dos sentidos e das palavras 

já que tudo se enxerga em termos utilitários

- interpretar/destoar e despintar/tonalizar as cores

- dar vida às sombras

- contemplar a miséria e os escombros

- ser cronista do que é descartado pela história

- ser abjeto consigo mesmo na coroação àquilo que se vê 

- ver/rever/transver sua natureza de fora pra dentro e de dentro pra fora

- parafrasear a vida na frequência dos opostos

        mas

 - poesia é inutensílio e tem o fim em si mesma

 - a sua utilidade não prevê lucro 

- seu desassossego é um refrão teimoso em se desvirginar


- o fazer literário ou artístico são tidos como inúteis

cabe então à poesia abraçar o que não leva a nada

entre os seres desimportantes e coisas desúteis.


- o poeta não precisa saber do roteiro vital de cor e salteado

posto que a Ele basta a melodia no ouvido.

etcétera e tal.








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