Você causaria a maior alegria de minha vida se,
quando eu estiver chegando em casa, você estivesse
no portão me esperando, ansiosa pelo meu abraço.
Tô até vendo aquela sua mochila surrada, mas com uma
caixinha de maquiagem da 23 de Março, em Sampa.
-- Oi -- você diria -- cansei da monotonia e da mesmice,
pois quando lembrei de ti, senti na pele os dias perdidos e
frustrados de minha vida no automático.
-- Oi -- eu responderia -- você fez a melhor opção em vir
completar meus dias vazios e sem ninguém pra dar sentido
aos meus caminhos tortuosos; apenas sinto-me um receptador
de más influências e convivo com amores virtuais como fuga
do meu eu exterior, entende?
Você causaria em mim algo indescritível, uma energia positiva,
aquele ímpeto dos amantes joviais do tudo pelo momento, aquela
emoção de estar com alguém que até em vidas passadas esteve
naquele presente. Vem-me o pressentimento de que já nos conhecemos,
mas nunca imaginamos o rosto, o corpo... nossa graciosidade...
Mas no meu portão você estaria, entraria em casa, e eu correria
fazer um café, espetaria meu pen drive na caixinha de som,
e lhe diria: "Fique à vontade, mina; aqui é o teu lugar."
Seria o começo de nossa vida a dois, e o resto se encaixaria
de boa, e, apesar do fuzuê dos relacionamentos mutantes,
ainda sou à moda antiga no quesito amar.
No cair da noite, iríamos comer um X-salada (com batatas fritas!)
e jogar conversa fora, tipo: Te amo desde sempre.", ou, "Valeu a pena
te esperar a vida toda."
Você tem meu endereço. Faça uma loucura e deixe um louco feliz.
Parece besteira, mas já saí três vezes no portão e lentamente
fiquei observando os ônibus... Bom, ela pode chegar de Uber.
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