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declaração ao vento...




"mesmo que nossos corpos não mais se toquem,
e eu descubra que te amar foi meu castigo,
saibas que te levarei no coração até morreres comigo."


***

deus de todos.




alá 
há lá
no ocidente
no oriente
alá há lá
tá 

***

espiritual.



desliza sobre as águas teu vulto
espera-me no recôndito de nossas almas
assentada entre as dunas

a fragrância que exalas
faz-me achá-la

induz-me a sonhos de idas primaveras
renasces nas nascentes de meus olhos
e
sem tu
jamais outro sonho eu viveria
até os confins do destino

e o verbo amar ora obsoleto
só a ti pertenceu

mas meu mundo
amada
ainda colores
apenas com tua sombra
fugaz e etérea
tão real em meu pensamento



***





esta dor.




esta dor que me vem
de almas me fitando ao longe

esta dor
de um fruto vistoso e saudável por fora
mas oco e podre por dentro
carrega uma semente

esta dor
pulsa
em frêmitos gemidos
jamais será poesia
mas sim apenas garranchos 
indecifráveis de ulos 
que se perdem no tempo

esta dor
um rio sem margens
sem águas contínuas
de repente
arrebenta as comportas

flui por espaços intermináveis
carrega a semente
ao terreno fértil
dá lugar aos versos
apaga as sombras dos espíritos

esta dor que me vem
fere
o depósito de cicatrizes mentais
intercede a um novo ânimo
a um novo ingresso para a vida
...
esta dor tal pêndulo
brinca com o inconformismo
tece espaços abissais
...
esta dor que me vem
desvenda ao terceiro olho
ranhuras profundas a atravessar
pra me fazer chegar ao riso improvável


***









poema simplório à procura de um título que o embeleze e faça sentido, afinal o que vende é título

poema simplório à procura de um título que o embeleze e faça sentido


da versão de mim 
tenho aversão

melhor extremar
do que palpitar 
sem convicção

rio sem margens
povoa minha visão

ignorante
sou poço 
poça rasa
d'água barrenta
em ebulição
[com minha erudição não há quem possa]

me permito de mim
só a ficção

parece que vejo-me 
na vida dum herói de gibi
capaz de resistir a tudo

num tempo decrescente
corro manquitola
tal papa-léguas saci
....





***