Com referência à felicidade, digo:
Saiu em busca da felicidade que perdera em algum lugar do passado.
Tardiamente, pensou. Enfim, saiu sem rumo pelas ruas da cidade com
o olhar fixo em cada transeunte. Na praça, havia alguns alguns palhaços
entretendo velhos e moços sorridentes. Ah, aí está a felicidade, refletiu.
E ficou ali prostrado, e logo todos foram se dispersando, cada qual com
sua fisionomia pela abstração passageira. E viu que, na verdade, a felicidade
é apenas o momento no qual a gente se esquece e ri sem querer de algo ou
situação na qual, tal fumaça, dilui-se no ar levada pelo vento aos confins...
Voltou para sua casa com a certeza de a vida ser feita de pequenas pedrinhas
desenhadas numa estrada em branco; dentre elas há algumas coloridas que
estão numa caixinha... quando se encontra uma, o riso é certo: é um momento
feliz para gente insistente... Amanhã sairá de novo para descobrir outra variante
de sua procura.
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Talvez não seja, mas pode ser...
"A divergência no amor pode definhar, mas também servir de recomeço.
Pessoas passam em nossas vidas, marcam nossa trajetória e, no final,
sempre estaremos encantados pela novidade que, na verdade, são as
mesmas situações com atores diferentes. E isso nos atrai. Enfim,
tentar e tentar, no amor, é o exercício de renascer-se através daquilo
que não temos, mas achamos que outrem possui."
(Rehgge, em pensares filosóficos)
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Tapeteiro Espiritual.
À noite...
Teço com fios invisíveis
o tapete da sala,
Quem quiser entrar,
tire os sapatos!
Os fregueses de minha prece
acomodam-se ao redor
Calados, ouvem meus resmungos.
Logo ir-se-ão puxando o fio-mestre,
desfazendo cada nó de minha tribulação.
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