No campo belo
na estação
doce cor de caramelo
ela esperava
com o lenço úmido na mão
desconversava
ao indagar-se sobre quem
mas amiúde
num olhar profundo e distante
ela esperava
que num átimo
o raptor de seu amor
colocasse-a na garupa do alazão
pra seguirem sem rumo
como o passaredo
que voasse do chão
e se refugiasse
num novo olhar
numa nova vida
em que a ferida de uma espera
cicatrizasse
seu peito em aflição
antes, muito antes
que o passaredo
voltasse ao chão
e seu lenço
como seu pensamento
o vento levasse
secando as lágrimas
que jamais retornariam então
(hoje, 04/10, 8h)