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MUROS ABSURDOS





MUROS ABSURDOS

Muro alto, muro baixo
Não fico em cima
No mapa  na Lapa
Vou pra Antártica
México ou China,
Não importa
Se ao léu do vento
Meu pensar não recrimina.

Sou intelijumento
Meu opinar sabe nada
Sobre o fidelismo
O islamismo,
Não entendo porra nenhuma
Do coronelismo
Do comunismo
Do ex-bushianismo
Guantánamo
Do capitalismo maxista
Psi isto, pseudo aquilo
Pentecostismo
Religiosismo...

PAUSA

Abre aspas, meu, pintou o seguinte:
Cálix Bento versus projeto Genoma
Aqui e lá em Roma,
Narizes torcidos a mim
Maluco xexelento
Fodidolazarento
Que nem diploma tem.

Ai, ai, ai
O que eu diria
Se com tanta ciência e tecnologia
Eu estivesse em coma?...
Se é que em coma
Alguém possa dizer algo!

VOLTANDO
...

Afeganistanismo
Israelismo
Pudorismo
Feminismo
Sedentarismo
Proletarismo
Mandonismo
E outros ismos que num prisma
Se desconstrói à luz do meu otimismo.

Mas sou cria do jequismo
Jeca sem batismo
Deleto o raciocínio
Pulo os muros de estórias
De histórias dentro duma
Do globo
E suas formigas amalucadas
No formigueiro
Tipo diástole e sístole...
História...
Desentendo a minha
Na América do Sul
No meu país
No meu estado
Na minha cidade
No meu bairro
Na minha rua
Na minha casa
No meu casulo.

Ei vizinho!
Tu tá conectado
Pra se contactar
Com todos os fatos?...
Tu mora ao lado
Finge que não me vê!
(invisibilidade concreta?).

Muro baixo, muro alto
Pulo ao léu do vento
Preciso duma grana
Pra ir ali, na banca, ir além
E em notas jornalísticas
Saber das estatísticas
Das mortes no trânsito
Que mata mais que guerra santa
Da ex-santa Jerusalém, etc.
Não entendo:
Rezam e metem bala em alta escala...
Ah! versinho:
"Linda seria a planície de Gaza
Longe das bombas aéreas que a arrasa".

Ei seu porra!
Tem boi na linha
Alguém vai atirar
Alguém da masmorra
No já agora
Hum...
Tantas balas perdidas...
Que prato cheio banalizante.

Ei!
Tem uns maquiadores
Pintando de azul
O vermelho mundano do cu.
O mundo é vermelho
Vejo no espelho,
Vejo no programa
No clique do mouse my house
E outros tantos doutros modos
Numa color print
O requinte
Dos fantasmas das fotos.

Muro baixo, muro alto
Não fico em cima.

Ainda bem que amanhã bem cedinho
Vou pescar sozinho
Vou levar um sanduíche
E o resto da pizza de aliche,
Vou vestir meu traje camuflagem
Por cima da camiseta regata
Me embrenhar na mata

Ei! volver!
Vou ver no Google
O tempo tá intempestivo
Guarda-chuva nem pensar
Não quero saber de celular
De radinho, CD player, MP4
Porra nenhuma!...
Talvez a Sherazade
desde que ela fique quietinha...

Cacete!
Preciso consultar minha agenda
Rabiscada de festa pagã
Tanta informação
Tá me deixando tantã.

Dia desses um check-up, sei lá
Uma plástica bancada pelo estado
(viajei...)
Mudarei minha personalidade
Sou maluquete
Dizem que só falo merda.


CHICO ESTRADEIRO
(um maluco andarilho)

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