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neopunk de shopping center.



boiola toma coca-cola
desde o tempo da escola
já sem flora intestinal
acha que funk é música
até dá uma bola
paga pau
pro espelho social

dá uma de playboy
maluco se corrói
por querer ser marginal

nem tem uns trocos
diz que dá facada
tiro e o escambau
mete o loco
propaga pra moçada
no país da seca cultural

revolta vazia é o prato
submundo dos loucos
brasuca ingrato
glória burra no telejornal

cultura inversa
o cérebro se lhe atrofia
mas quem sabe um dia
caia na real
e meu país retalhado
pelo excremento globalizado
volte a ser original


***


NA.1
Houve uma inversão cultural no Brasil. Antes, a cultura ia da cidade à favela; hoje, o contrário.
Jovens classe média aderem aos costumes da favela como uma válvula de escape às suas frustrações.
O modismo desqualificado impera como se a cultura favelesca seja o catalisador entre realidades opostas. O Brasil está órfão de exemplos, ou seja, não temos uma cultura de massa, mas sim uma cultura massificada pela mídia que copia e propaga essa inversão de valores.

NA.2
O mundo hoje está dividido em duas partes, ou duas vertentes. A primeira se acha do bem. A segunda também.
E ambas veem o mal uma na outra. Dentro de cada uma há uma infinidade de ideias e ramificações nas áreas cultural. intelectual, política e organizacional enquanto grupos que agem e pensam de determinada forma. 

NA.3
O movimento punk,  que começou na década de 60, na verdade, não tinha ideologia política de esquerda, centro e direita.
Através da música raivosa de três acordes e da roupa rasgada com seus alfinetes e piercings como rótulo pessoal, apenas tinha de pragmático o desejo de mudança., ou seja, a revolta incontida nas mentes que se fez concreta com o movimento
rebelde que ousou disseminar o sistema. Até hoje gerações sucederam-se, e, em todas, mesmo aos que nunca ouviram falar desse movimento, todos carregam os resquícios do mesmo. O mundo não mudou. Hoje, o punk tem uma nova roupagem mais ampla
e, talvez, precise voltar  para unir as cabeças a um mesmo objetivo, quiçá garimpar a igualdade no museu da história.

Sim, sou punk, com muito orgulho.

Rehgge.





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