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Nota do autor.



"Nunca ganhei um centavo com minha arte, afinal sou livre, eclético e marginal.
O que me mantém atuante é o fato de eu ser reconhecido mundo afora como um 
poeta maior muito além do besteirol existencial."

***


Desde já, agradeço aos comentários oriundos dos USA e
Europa. A todos, um abraço fraternal, sem distinção.


***

em poucas palavras...






nem bonito nem feio
 nem defeito nem qualidade
quando o amor é verdadeiro 
o resto é futilidade



***

jornada amor adentro

dois espíritos que se procuram
dois corpos que se atraem

...jogos mentais...

abstinência de sentidos
um olhar
um flash

O ENCONTRO
fixação e amor
vertem dissuadidos

...energia invisível...

o contraponto
que só os toques
exprimem a dimensão

DO QUANTO

a carne pode ser
seduzida pelo complemento
...
daquilo que só é possível sentir
e a real pode separar
deixando resíduos
bons e maus
perdidos na lembrança


***



Love day in


two spirits that are sought two bodies that attract each other ... mental games ... abstinence from the senses a look a flash the actual meeting fixing and love they are dissuaded ... invisible energy ... the counterpoint that you only touch them express the dimension HOW MUCH the meat can be seduced by the complement ... of what you can only feel and the real can separate leaving waste good and bad lost in remembrance ***



um brinde à natureza.


chuva ácida
torrencial
verão de sonhos

alagamento & caos

a enxurrada marrom
de tons e meio tons no meio fio

material em decomposição
molda
herança maldita à nova geração

então...

passa óleo
passa terra
passa garrafa pet
embalagens de papel e plástico
resíduos mil

verte minha tristeza
...
cai tudo dentro do rio
(na UTI)



***

O gato de colarinho.

poema de 1980 ainda pertinente....






O gato mia quando vê a bacia
D´água na pororoca do rio
E, nós, surfistinhas desavisados
Deslizamos nas ondas de encantos mil;
O gato mia quando vê a bacia
E, aqui, ó, que se foda o Brasil!

O gato mia quando vê a bacia
D'água, vejam, a deixá-lo pardo
Vírgula, tinta na cara é simbologia
Se no alvo acerto o dardo;
Não quero nem saber da escatologia
Se agora o gato foge do rato
E  o povo carrega o fardo


A gato mia quando vê a bacia
Nos covis serpentários de Brasília,
A prole feudal protege a cria
Limpinha só no seio da família
Do gato que mia quando vê a bacia
D'água logo esquecida pela mídia.

Desculpem minha burrologia
Sou um (r)ato secreto
Que teme o gato da bacia
Impune na pseudo-democracia,
Ninguém precisa saber
De minha parca verborragia,
Mas vá pra puta que o pariu
Se a água suja da bacia
É do gatuno perfumado
Cantando livre no meu telhado
"quem te vê, quem te viu".


(Rehgge,1980)






DO QUE O POETA PRECISA




o poeta não precisa de todas as palavras
do dicionário, mas sim de todo o sentimento
que nem sempre as palavras descrevem



***