tinha uma sombra disforme
que me mirava
vinda do poço daquele rio
que se verticalizava
e só eu via
o que ninguém podia ver
assim foi até ao amanhecer
quando se deitava
de mim se apoderava
o inútil afã de renascer
contando os dias
contando as noites
certo que só em memória
eu enganasse meu fim:
o mal embrionário
ladrão da juventude
***
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