preso a este labirinto sempiterno
sinto meu mambembe em ruínas
fuga com desencanto alterno
num pensar áleo pelas esquinas
quero viciar-me na compreensão
e lutar contra a fera interior
basta a toda cor faminto dar meu pão
basta sedento regar por onde eu for
quero felicidade - indouto decifrá-la
do fundo ao cume tê-la à vista
e sem maldade, pelo modernista, sua fala
senti-lo na solidão que do egoísmo dista
não vou me robotizar pela vida
e virtuosos - em casa - os terei
nesta metamorfose à contenda tida
como inimiga da vida que sonhei
(niterói, rj, 1988)
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